O presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB) disse, em entrevista exclusiva ao G1, que as ameaças do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não vão alterar sua maneira de agir.
“Eu não levo muito em consideração essas ameaças, porque – primeiro – não funciono sob ameaça. Então, para mim, isso não altera nem o meu humor, nem a minha maneira de agir”, afirmou.
Eduardo já fez ameaças tanto a Motta quanto a presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Eduardo afirmou que ambos poderiam ser alvos de sanções por parte do governo dos Estados Unidos, se não pautassem projetos de anistia e pedidos de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Na última sexta-feira (15), Motta enviou quatro pedidos de cassação do deputado ao Conselho de Ética da Câmara. As queixas estavam travadas na Mesa Diretora há semanas. Foram três denúncias do PT e uma do PSOL por quebra de decoro parlamentar supostamente por atuar contra o Brasil e a favor de punições por parte do governo de Donald Trump.
“Nós, temos dito que o deputado Eduardo Bolsonaro será tratado como todo e qualquer deputado, obedecendo o regimento da casa. Nem haverá privilégio, nem também haverá o interesse de prejudicar. Nós temos que saber separar as coisas, porque o papel do presidente da casa é agir com muita imparcialidade. Nós temos que ter a condição de conduzir com muito equilíbrio para que a Câmara possa estar focada naquilo que realmente interessa, que são os problemas do nosso país”, completou Motta.
Nessa quarta-feira (20), a Polícia Federal indiciou Eduardo e o ex-presidente Jair Bolsonaro por coação a autoridades responsáveis pela ação penal do golpe de Estado.
Em sua conta pessoal na rede social X, o deputado disse que “é lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados”.