A sobrinha e vítima do médico pediatra Fernando Cunha Lima, Gabriella Cunha Lima, manifestou indignação diante da decisão da Justiça que concedeu prisão domiciliar ao condenado. O benefício foi autorizado pelo juiz Carlos Neves da Franca Neto, da Vara de Execuções Penais da Comarca de João Pessoa, após pedido da defesa.
Em entrevista ao Pop Notícias, Gabriella criticou duramente a decisão e afirmou que a permanência do médico em casa representa risco para novas vítimas. Segundo ela, os abusos praticados por Cunha Lima ocorreram justamente em ambientes familiares.
“Cometeu estupro na casa dele, na casa do irmão, do primo, dos sogros. Cometeu estupro no consultório. O único lugar onde ele não cometeu estupro foi na cela da prisão. Dar a ele prisão domiciliar é dar passe livre para continuar estuprando”, disse.
Gabriella também lembrou que, após ser alvo do primeiro mandado de prisão, o médico ficou foragido por quatro meses, até ser localizado no município de Paulista, em Pernambuco. Durante esse período, segundo a vítima, ele levava uma vida de “luxo”.
“Não estava doente quando esteve foragido. Aproveitava piscinas, restaurantes e cervejas como se fosse um cidadão livre — e não uma escória”, afirmou ao Pop Notícias.
A justificativa apresentada pela Justiça para a concessão da prisão domiciliar — relacionada a questões de saúde — também foi rebatida pela sobrinha.
“Doença faz parte da vida. Todo ser vivo adoece. Mas o estupro não pode fazer parte da vida de ninguém, muito menos de crianças.”
Gabriella revelou que, quando o tio foi preso, experimentou “paz” pela primeira vez em 42 anos. Agora, com a decisão judicial, diz que o sentimento desapareceu e que volta a viver sob a angústia de sempre.
“Acabou a paz. Voltou a pergunta que me acompanha há mais de 30 anos: quantas crianças Fernando Cunha Lima estuprou hoje?”, desabafou.
