Após embates no Congresso, Hugo Motta suspende escolta de deputada do PSOL alvo de ameaças

A líder do PSOL na Câmara, deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), teve a escolta da Polícia Legislativa Federal retirada por decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), em um episódio que a parlamentar classifica como retaliação política.

A medida foi adotada sem aviso prévio, apesar de ameaças de morte contra a deputada seguirem sob investigação e de inquéritos ainda abertos na Polícia Federal e na Polícia Civil.

Segundo Talíria, não houve comunicação direta do presidente da Câmara nem apresentação de informações que indicassem o fim das ameaças que motivaram a concessão da proteção.

A retirada da escolta ocorreu após a deputada intensificar críticas à condução de Motta no plenário e atuar, como líder de bancada, contra pautas defendidas pelo presidente da Câmara.

Talíria foi uma das articuladoras para evitar a cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), votada em plenário, e também se posicionou contra o projeto de lei que reduz as penas de condenados por atos golpistas, conhecido como PL da Dosimetria, aprovado pela Casa.

Para a parlamentar, o fim da escolta, ocorrido no dia seguinte a um discurso crítico feito por ela no plenário, configura retaliação política.

“Eu gostaria de dizer que não, mas, para mim, isso soa como retaliação. Minha opinião política não pode ser motivo para a minha desproteção. Eu espero verdadeiramente que isso seja revertido.”

Sem a proteção oficial, Talíria precisou contratar, com recursos próprios, uma escolta privada para retornar ao Rio de Janeiro e participar de um ato político-cultural convocado para denunciar medidas que ela classifica como ataques ao Congresso e à democracia.

Segundo a deputada, a decisão subestimou os riscos à sua integridade física e à de seus dois filhos.

Talíria afirma que foi informada de que a suspensão da escolta se baseou em um documento que apontaria supostos problemas de conduta pessoal.

“Alegaram que eu usei Uber, frequentei lugares com aglomeração, fui ao samba e saí de madrugada. Dizem que isso coloca minha vida em risco. É uma justificativa absurda”, disse. “Tenho escolta há sete anos e meio. Eventualmente faço coisas comuns da vida cotidiana. Isso faz parte da minha humanidade.”

Para ela, há contradição na justificativa apresentada. “Ao mesmo tempo em que dizem que meu comportamento representa risco, afirmam que não há mais necessidade de escolta”, afirmou.

A parlamentar diz que a decisão teria se apoiado em uma resposta da Polícia Federal indicando que o principal suspeito de ameaças, conhecido como “Macaquinho”, está preso e que não haveria novos elementos novos.

O histórico de ameaças contra Talíria remonta ao primeiro ano de seu mandato. Em 2020, após denúncias feitas ao Disque-Denúncia indicarem que grupos milicianos planejavam sua execução, foi aberto um inquérito, e a deputada precisou deixar o Rio de Janeiro com os filhos.

“Quando surgiram essas denúncias relacionadas à milícia, fui orientada a sair do Rio de Janeiro e fiquei cerca de um ano em Brasília”, disse. “Eu estava com minha filha com menos de três meses de idade, em plena pandemia, amamentando e em licença-maternidade.”

Desde então, segundo ela, as ameaças se intensificaram, incluindo ataques racistas, misoginia política e ameaças virtuais recorrentes, muitas delas com referências à rotina da parlamentar e de seus filhos.

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