Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira (11), no CT da Maravilha do Contorno, o CEO da SAF do Botafogo-PB, Alexandre Gallo, comentou o encerramento da janela de transferências da Série C e falou abertamente sobre as dificuldades enfrentadas pelo clube para contratar jogadores de maior expressão.
Segundo Gallo, a principal barreira para a chegada de reforços de peso não foi financeira, mas sim a falta de credibilidade do clube no mercado nacional, herdada de gestões anteriores.
“O mais grave disso tudo foi essa falta de credibilidade do Botafogo no mercado. Isso atrapalhou bastante”, afirmou.
Gallo destacou que, antes da chegada da SAF, o clube não oferecia estrutura mínima aos atletas. “Não tinha nem prato para todos os jogadores comerem, tinham que esperar lavar para depois outros usarem. Não tinha academia, o que existia era algo ridículo. Os quartos de concentração não tinham sequer proteção contra mosquito”, relatou o dirigente.
Reforços e promessa inicial
Questionado sobre a fala anterior em que mencionava a chegada de jogadores das Séries A e B, Gallo reforçou que houve tentativas, mas que os atletas não se mostraram dispostos a descer para a Série C, mesmo com negociações avançadas.
“Nós buscamos bastante. Mas jogador de Série A dificilmente migra para a Série C. Isso não é só com o Botafogo. Nove clubes da C não contrataram ninguém, e os que contrataram, trouxeram um ou dois atletas”, explicou.
Ele também reiterou que o elenco atual é competitivo e que a SAF confia na força do grupo para buscar a classificação. “Fizemos um pacto interno com os jogadores para os próximos jogos. Quem quiser estar com a gente, vai caminhar junto.”
Reconstrução e foco na estrutura
Além do trabalho com o elenco, Gallo ressaltou que a SAF está focada em reestruturar o clube fora das quatro linhas, com investimentos pesados em áreas muitas vezes invisíveis ao torcedor.
“Reformamos o refeitório, os três hotéis da base, compramos uma academia nova. Estamos construindo dois vestiários para as categorias sub-15 e sub-17, que nem existiam. Já temos um jogador da base treinando com o profissional”, afirmou, citando o volante Lucas como promessa.
Para Gallo, essas ações são fundamentais para que o Botafogo volte a ser uma instituição respeitada e desejada no futebol brasileiro. “Estamos construindo uma nova base. Para o jogador cogitar vir ao Botafogo, é preciso plantar muita coisa. E é isso que estamos fazendo”, concluiu.
Ainda assim, o CEO afirmou que o clube se movimentou bem na janela e que os reforços contratados chegam com perfil para brigar por titularidade.
