A Polícia Civil da Paraíba informou, por meio de nota oficial divulgada nesta quinta-feira (29), que segue avançando nas investigações relacionadas ao mutirão oftalmológico realizado em Campina Grande. A operação médica, promovida pela Fundação Rubens Dutra Segundo e contratada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), está sendo alvo de apurações após complicações apresentadas por pacientes submetidos às cirurgias.
Segundo a Polícia Civil, já foi cumprida uma demanda encaminhada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), e os próximos passos da investigação incluem o início da oitiva de vítimas e testemunhas, previsto para acontecer a partir da próxima terça-feira, 3 de junho.
Apesar do avanço das diligências, o órgão informou que não pode divulgar detalhes do caso, uma vez que o processo tramita sob segredo de Justiça.
Entenda o caso
O caso veio à tona após 64 pacientes passarem por cirurgias oftalmológicas no município, com nove deles apresentando desconfortos severos e suspeitas de perda de visão no pós-operatório. A situação gerou alerta imediato por parte da SES, que iniciou uma investigação sobre os procedimentos realizados pela fundação contratada.
Durante a inspeção no hospital, a secretaria encontrou 30 frascos da medicação utilizada nas cirurgias, dos quais seis estavam vencidos e já abertos, levantando sérios indícios de que possam ter sido aplicados nos pacientes que tiveram maiores complicações.
Diante das evidências, o governo estadual suspendeu o contrato com a empresa responsável, além de instaurar processos administrativos, éticos e criminais para apurar responsabilidades.
A expectativa é de que os depoimentos das vítimas ajudem a elucidar as causas dos problemas pós-cirúrgicos e possíveis negligências que possam ter comprometido a saúde dos pacientes.