O ex-deputado federal e presidente estadual do PSD, Pedro Cunha Lima, mais uma vez mostra que o discurso “progressista” que costuma defender em público não resiste muito quando o tema é o enfrentamento ao bolsonarismo e aos atos antidemocráticos que atacaram o Estado Democrático de Direito.
Durante entrevista ao programa Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan FM, nesta segunda-feira (30), Pedro voltou a adotar uma postura ambígua e questionou o julgamento do processo que apura a trama golpista de 8 de janeiro, classificando a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) como “exagerada” e prejudicial ao País.
Sem nunca ter revelado publicamente em quem votou no segundo turno das eleições de 2022, Pedro agora se posiciona criticando o STF, o ministro Alexandre de Moraes e o presidente da Corte, ministro Luiz Barroso — justamente os principais alvos dos ataques bolsonaristas e dos envolvidos nos atos de vandalismo e tentativa de golpe.
“Isso tá fora do lugar, tá errado. Um ministro como Barroso dizer que derrotou o bolsonarismo. Não estou acompanhando com profundidade, mas a impressão que tenho é que é pra condenar geral”, disse Pedro, adotando o discurso frequentemente usado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O ex-deputado também citou a Operação Lava Jato e o ex-juiz Sérgio Moro, defendendo que, mesmo com condenações necessárias, o processo deve ser “feito da forma certa”, numa crítica indireta à condução de investigações recentes.
A fala de Pedro Cunha Lima chama atenção por reforçar o alinhamento, ainda que velado, com o campo bolsonarista, destoando do discurso de renovação, democracia e “avanço” que costuma defender em palanques e entrevistas.