O tenente-coronel Mauro Cid afirmou, em acordo de delação premiada, que entregou US$ 86 mil dólares em espécie – de forma parcelada – para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a venda de relógios de luxo e dos kits de joias recebidos pelo ex-mandatário como presentes dados a ele enquanto representante do Estado brasileiro.
De acordo com o relato de Cid à Polícia Federal, o pagamento relativo à venda relógios das marcas Rolex e Patek Philippe para a empresa Precision Watches, no valor total de US$ 68 mil, assim como os US$ 18 mil obtidos com a venda de um kit de joias Chopard a uma loja localizada no Seybold Jewlery, em Miami.
O ex-ajudante de ordens explicou aos investigadores que os pagamentos a Bolsonaro seriam feitos de forma fracionada e em espécie, na medida em que houvesse algum portador viajando dos Estados Unidos para o Brasil.
“QUE o pagamento foi realizado em espécie sem emissão de nota: QUE não há registro da venda dos referidos bens: QUE em seguida retornou ao BrasH com os valores em espécie; QUE ao retomar ao Brasil entregou os U$ 18 mil ao ex-Presidente JAIR BOLSONARO; QUE apenas retirou os custos que teve com passagem aérea e aluguel do veículo; QUE o COLABORADOR ajustou com seu pai, General MAURO CESAR LOURENA CID, que o saque dos U$ 68 mil ocorreria de forma fracionada e entregue à medida que alguém conhecido viajasse dos Estados Unidos ao Brasil”, disse Cid.
Segundo Cid, as parcelas foram feitas em pagamentos de US$ 18 mi, em Miami, US$ 30 mil durante a Assembleia Geral da ONU.
“QUE na cidade de Nova York, LOURENA CID entregou cerca de U$ 30 mil (trinta mil dólares) em espécie, a JAIR BOLSONARO, por meio do COLABORADOR; QUE no final do ano de 2022, LOURENA CID, veio ao Brasil para um evento da APEX, na cidade de Brasília; QUE nesse momento ele trouxe cerca de U$ 1 O mil (dez mil dólares), em espécie, e entregou a JAIR BOLSONARO”, conta.
O Globo